quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Análise de CANTIGA DE AMIGO BUCÓLICA

Muito bom!!! Isto é poesia da boa!
A simplicidade e imediatismo da apóstrofe, como um apelo desesperado por amor, sempre num registo de grata tradição galaico-portuguesa e mesmo provençal. A referência óbvia ao fascínio pelo Oriente, bem visível em versos como: "Lá do sul da Ásia", onde está implícito ainda um Sebastianismo dissimulado. De facto, a este propósito, é notório que o poeta sofre da frustração de não ter uma figura feminina em quem possa satisfazer o seu frenesim sexual, por isso recorre ao Oriente, Oriente mágico onde tudo é possível. Enfim, o remate inesperadamente bucólico e simplista, onde o carácter grosseiro de termos como "gaja" e "boa" adquirem uma beleza inexplicável, um fascínio de índole sexual que prende qualquer leitor. No final, a pureza e inocência do termo de actualização popular, calão rude e simultâneamente macio. Na verdade, a palavra "Trázia" serve, não só a mecânica rimática da composição, mas também o impulso latente de cariz puramente erótico, espelhado na sonoridade da sibilante sonora...Todos estes aspectos, e muitos mais, neste belo poema de Zé Da Argentina...

Rodriguez

2 comentários:

J disse...

parabéns, Roriguez... tens aí um comment á altura do poema do Zé da Argentina... já agora... como é k se chama a mulher do Zé da Argentina? ;)

Rodriguez disse...

a mulher do Zé da Argentina chama-se, de facto, Argentina... ou creio que Tina, para os amigos.