O poema é todo ele, na sua extensão, um hino ao amor profundo, capaz de mover montanhas e escalar árvores gigantescas. O sujeito poético encontra-se num estado de alma claramente ansioso pela aparição da amada, num ensejo de materialização carnal inevitável, daí o acto heróico transmitido habilmente pelo verso de abertura:
Subi a uma árvore para te ver
A reminiscência romântica é nítida no início da composição, traduzida no acto de quase loucura que é efectuado tendo literalmente apenas como objectivo a contemplação da amada. Esta atitude de contemplação, tipicamente romântica, chama a si um idealismo panteísta na medida em que o poeta apercebe a árvore como elemento da natureza divinizado, que tornará possível o milagre da contemplação do amor. O simples acto de escalar a árvore corresponde na verdade ao conceito universal de elevação inerente à natureza humana: o desejo de elevação serve o atingir de objectivos que estão para além dos limites do Homem. Mas quando não se dá o ultrapassar dos limites humanos, acontece a queda:
Como não te vi, desci.
O regresso à dura realidade da ausência. O conformismo inerente à mediania quotidiana. Mas a seguir a uma tempestade vem a bonança, e esse aparente conformismo não será mais do que uma atitude calculista de quem prepara meticulosamente o próximo passo. A árvore não foi a árvore da vida - ou do amor -, mas uma nova escada virá para conduzir o sujeito poético ao seu glorioso objectivo, o maior de todos: ver simplesmente a amada.
Em termos formais, a composição apresenta uma harmonia tremenda, alicerçada na sua pouca extensão. A rima interna é visível no último verso, nomeadamente em palavras como vi e desci. De resto, destaque para a mancha gráfica do poema a sugerir uma espécie de escada de dois degraus invertida, símbolo da queda do poeta na dura mas reversível realidade.
Subi a uma árvore para te ver
A reminiscência romântica é nítida no início da composição, traduzida no acto de quase loucura que é efectuado tendo literalmente apenas como objectivo a contemplação da amada. Esta atitude de contemplação, tipicamente romântica, chama a si um idealismo panteísta na medida em que o poeta apercebe a árvore como elemento da natureza divinizado, que tornará possível o milagre da contemplação do amor. O simples acto de escalar a árvore corresponde na verdade ao conceito universal de elevação inerente à natureza humana: o desejo de elevação serve o atingir de objectivos que estão para além dos limites do Homem. Mas quando não se dá o ultrapassar dos limites humanos, acontece a queda:
Como não te vi, desci.
O regresso à dura realidade da ausência. O conformismo inerente à mediania quotidiana. Mas a seguir a uma tempestade vem a bonança, e esse aparente conformismo não será mais do que uma atitude calculista de quem prepara meticulosamente o próximo passo. A árvore não foi a árvore da vida - ou do amor -, mas uma nova escada virá para conduzir o sujeito poético ao seu glorioso objectivo, o maior de todos: ver simplesmente a amada.
Em termos formais, a composição apresenta uma harmonia tremenda, alicerçada na sua pouca extensão. A rima interna é visível no último verso, nomeadamente em palavras como vi e desci. De resto, destaque para a mancha gráfica do poema a sugerir uma espécie de escada de dois degraus invertida, símbolo da queda do poeta na dura mas reversível realidade.
4 comentários:
Bravo!!! Bela análise!! Só é pena ninguém ter ainda referido a beleza deste homem triste, qual Apolo ou David...é uma pena mesmo ;((((
Em duas palavras: Im Pressionante!!!
Para quem como eu tirou um curso de línguas leva-me a pensar o que andei a fazer durante, digamos, metade do curso... Lol
keres mesmo k eu te diga o k andaste a fazer durante metade do curso?? Ai, de repente eskeci-me...lol
Olha, eu assim de repente também nã me alembro de nada... (Dá-me jeito) Tenho apenas uma vaga lembrança de uns soluços...
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